Polícia

Saiba o que disse o serial killer de Maceió durante julgamento por homicídio

Albino Santos chegou a alegar legítima defesa, mencionou estar possuído e citou a bíblia, tentou impultar culpa nas vítimas

Por Vinícius Rocha, Evandro Souza* e Jéssica Cabral* 11/04/2025 15h03 - Atualizado em 11/04/2025 18h06
Saiba o que disse o serial killer de Maceió durante julgamento por homicídio
Albino dos Santos esteve no banco dos réus em julgamento nesta sexta-feira (11) - Foto: Jéssica Cabral/ Jornal de Alagoas

Durante o julgamento realizado nesta sexta-feira (11), o réu Albino Santos de Lima, acusado de uma série de assassinatos em Maceió, foi ouvido diante de júri popular. Em suas falas, ele alegou legítima defesa, mencionou estar possuído e citou a bíblia, tentou impultar culpa nas vítimas, falou sobre o gosto pela "guerra" e também cumprimentou a mãe da vítima com "a paz do Senhor", em saudação católica. 

Confira as principais falas de Albino durante o julgamento:

"Eu vi ele [vítima] batendo ponto no céu e eu comecei a rir. 'Para o céu, como?' se ele é de facção, tentou me matar. Vai para o céu? E eu comecei a rir em casa". 

A fala de Albino se deu diante das mensagens de luto e homenagens à vítima, Ruan Vinícius, baleado por Albino, e que foram postadas nas redes sociais. 

"Passei a seguir [nas redes sociais] depois, após ver mensagens nas páginas de comentários de sites locais, em que ficavam 'ai, bichinho, é um santo'. Segui todos os tipos de barbeiro e boa parte é de facção, cabelinho vermelhinho, branco". 

Albino tentava relacionar a vítima a uma suposta facção, o que foi desementido pelos autos do processo. 

"Percebi que ele ia me assaltar, ele só não assaltou porque era um homeem, ele teve medo. Que fique claro que ele ia me assaltar. E eu ia armado para a igreja, da igreja pra casa, da casa para a igreja". 

Albino mais uma vez tentou imputar práticas criminosas à vítima, que trabalhava com barbeiro. 

"[Após o assassinato] Fui pra casa, tomei meus medicamentos, tomei um banho, contei minhas munições porque tive que usar força letal e eu fiquei orando a Deus, tranquilo. E a mídia noticiando. Diante da situação eu não procuro autoridade, porque naquele momento foi um confronto. Eu não procurei a polícia porque iria vir os Direitos Humanos 'por que você fez isso'?". 

Ainda durante sua fala, o réu afirmou gostar de guerras e que sonhava em se voluntariar para lutar na guerra da Ucrânia.

Albino está preso desde setembro de 2024 e é apontado como principal suspeito em uma série de assassinatos ocorridos em Maceió.

*Estagiários sob supervisão